De 1987 a 1990, vários casos de estupro foram registrados em um bairro residencial de Toronto, as vítimas eram garotas entre 15 e 21 anos, geralmente atacadas após descerem de um ônibus, à noite.
Enquanto perfis do estuprador eram feitos, Jennifer Galliganm foi à polícia denunciar seu ex-namorado, Paul Bernardo, por ameaças, violência e estupro, mas o caso não foi aprofundado.
Paul Bernardo nasceu em 1964, fruto de uma relação extra-conjugal de sua mãe que mesmo assim teve o filho registrado pelo marido. O ‘pai’ de Paul abusava de sua filha adolescente e a mãe deprimida passou a ficar a maior parte do tempo isolada do mundo, no porão de sua casa.
Paul Bernardo começou a ficar agressivo com as namoradas depois dos 16 anos quando em uma briga soube a verdade sobre quem era seu pai.
Apenas em 1990 (quando já era noivo de Karla) o retrato falado do estuprador foi divulgado e algumas pessoas foram à polícia dizer que ele se parecia com Paul. Entretanto, outras pessoas também foram indicadas como parecidas ao retrato, cinco delas tinham o tipo sanguíneo que combinava com o material encontrado nas vítimas. Mas quando o estuprador parou de agir e o caso foi deixado de lado.
Karla Homolka tinha apenas 17 anos quando foi para uma convenção sobre veterinária em Toronto e conheceu Paul Bernardo de 23 em seu hotel, logo sua vida passou a girar em torno dele.
Paul não aceitava o fato de Karla não ser virgem quando os dois se conheceram, e isso o deixou obsessivo pela virgindade de Tammy, irmã mais nova de Karla, ele insistia no fato de que tinha que tirar a virgindade dela como se fosse uma espécie de recompensa e acabou por convencê-la disso que ainda aceitou a idéia de gravar tudo como se fosse uma prova de seu amor por Paul.
Então no Natal de 1990, após todos os membros da família de Karla irem para cama, eles doparam Tammy com a mistura dos sedativos que ela havia conseguido na clinica veterinária onde trabalhava e álcool.
Assim que a garota desmaiou o casal a levou ate o porão para Paul poder estuprá-la, o único problema é que apesar de não terem essa intenção, Tammy acabou morrendo sufocada com o próprio vômito. Ambos a vestiram, esconderam as drogas e a câmera e chamaram a ambulância, além disso induziram todos a pensar que fora um acidente e que os dois nem sabiam que Tammy tinha bebido.
Porém Paul estava revoltado: havia perdido sua virgem. Karla tentou repor o prejuízo filmando os dois transando no quarto de Tammy, entre suas bonecas, Karla fingindo que era Tammy.
Não foi o suficiente para acalmar Paul. Karla teve uma idéia: convidou uma amiga à casa que o casal havia alugado, e lá a embebedou e drogou. Então chamou Paul e lhe mostrou a surpresa. Paul fez com a garota o mesmo que fez com Tammy: filmou, transou, fez sexo anal, fez Karla ter relações com ela.
Em 14 de junho de 1991 Leslie Mahaffy saiu com seus amigos e chegou em casa as duas da manhã encontrando a porta fechada, decidiu então dar a volta e acordar seus pais pelos fundos, mas ao fazer isso deparou-se com Paul que a forçou com uma faca a entrar em seu carro.
Enquanto Karla dormia Paul começou sua nova gravação com a garota de apenas quatorze anos. Assim que acordou ela obedeceu todos as instruções detalhadas de Paul de como fazer sexo com Leslie, após isso Paul dirigiu-se a garota submetendo-a a uma brutal forma de sexo anal que a levaria a morte.
Em 29 de junho uma parte de seu corpo, saindo de um bloco de cimento foi encontrado por um casal no lago Gibson.
Nesse mesmo dia os dois se casavam em uma cerimônia onde Karla jurou “amor e obediência” a Paul Bernardo. Eles então se mudaram para uma casa em Bayview em Santa Catherines, Paul havia crescido no negócio de contrabando de cigarros e começou a roubar placas de carros e licenças que justificassem suas frequentes passagens pela linha Americano-Canadense.
No dia 16 de abril de 1992 Kristen French de 15 anos foi sequestrada no estacionamento de uma igreja enquanto dava informações a Karla que fingia não conseguir entender o mapa, foi quando Paul a forçou a entrar no carro.
Mesmo depois de já ter sido gravada, o sofrimento de Kristen durou mais um dia até que o casal decidiu matá-la, pouco antes de ir a um jantar na casa dos pais de Karla, seu corpo foi encontrado nu em uma vala na cidade de Burlington - Ontário no dia 30 de abril de 1992, com a cabeça raspada e sem seu relógio do Mickey Mouse.
No verão de 1992 Paul se tornou violento não só com as mulheres de quem abusava, mas com Karla também, em janeiro de 1993 após ficar hospitalizada devido aos maus tratos de Paul finalmente seus pais conseguiram convencê-la a sair de casa.
Karla pediu ajuda a uma amiga que era casada com um policial. A polícia interrogou Karla, que percebeu que eles estão começando a ligar os fatos. E eles percebem que ela tinha um relógio do Mickey.
Paul foi preso e acusado dos estupros e de dois homicídios. Uma busca em sua casa encontrou relatos detalhados de cada estupro, além de livros e filmes relacionado a sexo e violência. Também acham um vídeo onde Karla fazia sexo com duas mulheres. E uma fita de rap gravada por Paul, “Inocência mortal”, cantando sobre crimes sexuais.
Sabendo das gravações em vídeos dos crimes, a polícia praticamente destruiu sua casa em busca das fitas, mas não as encontrou.
O advogado de Karla conseguiu um acordo, em troca de sua colaboração: doze anos de prisão, no máximo, pela cumplicidade nos homicídios, estando apta para a condicional em três anos. Cumpriria a pena em um hospital psiquiátrico.
Em 1994, Paul Bernardo e Karla Homolka se divorciaram e em 1995, dois anos após sua prisão Paul foi julgado. As fitas foram exibidas apenas para os jurados, o público podia apenas ouvir os gritos, os gemidos, as ordens de Paul.
Karla foi convocada como testemunha de acusação. Disse que Paul a obrigava a usar coleira, que enfiava coisas em sua vagina e que a enforcava durante o sexo.
Já Paul tentou mostrar que Karla não era nenhuma vítima, pelo contrário: havia sido ela a responsável pela morte das garotas, e que ele nem estava em casa quando elas faleceram – em sua “opinião”, Leslie morreu por overdose e Kristen por enforcamento acidental.
Karla, segundo Paul, era fria e sádica. De certa forma, os vídeos comprometiam Karla, pois em muitas cenas ela não parece sofrer com a situação. Ela disse que era obrigada a sorrir, caso contrário, apanharia. Em uma cena aparece dizendo que adorou ver a irmã ser estuprada.
A justiça canadense se viu em apuros, por causa do acordo que havia feito com Karla. Agora havia sérias dúvidas sobre o quanto ela realmente apenas uma “vítima da paixão”.
Ele foi condenado por no mínimo 25 anos preso, antes de poder tentar a condicional e após o julgamento de Paul, os vídeos foram destruídos, por ordem judicial.
A casa que era do casal teve que ser demolida, pois ninguém queria alugá-la, e outra foi levantada no local.
Em 2002, foi lançado o livro “Le pacte avec Le Diable”, de Stephen Williams, contendo correspondências trocadas entre o autor e Karla durante mais de um ano.
Karla foi condenada a 12 anos de prisão e saiu 2005. Paul passa 23 horas do dia em uma pequena cela, isolado.
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