segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Voce conhece o Miguezim de Princesa.

Miguezim de Princesa, paraibano radicado em Brasília.CORDELISTA DOS BONS 


Meu nome é Miguel Lucena,
o Miguezim de Princesa,
saio espalhando alegria
para espantar a tristeza;
no entulho da feiúra
boto um rio de beleza.


Meu pai é Migué Fotogra,
minha mãe é dona Emília,
minha casa é de oito irmãos,
meu filho é uma maravilha,
minha mulher é meu amparo,
meu coração é família.

Concursado delegado,
há duas décadas jornalista,
vivo a escrever versos tortos,
inspirado em repentista,
a quem me chama doutor:
em sou mesmo é cordelista.

Um PAC com Dilma

Miguezim de Princesa


Quando vi Dilma Roussef 
Sair na televisão 
Com o rosto renovado 
Após uma operação, 
Senti que o poder transforma: 
Avestruz vira pavão.  

De repente ela virou 
Namorada do Brasil: 
Os políticos, quando a vêem, 
Começam a soltar psiu, 
Pensando em 2010 
E nos bilhões que ela pariu.

A mulher, que era emburrada, 
Anda agora sorridente, 
Acenando para o povo, 
Alegre, mostrando o dente, 
E os baba-ovos gritando: 
É Dilma pra presidente!  

Mas eu sei que o olho grande 
É na montanha de bilhões 
Que Lula botou no PAC 
Pensando nas eleições 
E mandou Dilma gastar, 
Sobretudo nos grotões.

Senadores garanhões, 
Sedutores de donzelas, 
E deputados gulosos, 
Caçadores de gazelas, 
Enjoaram das modelos, 
Só querem casar com ela. 

Eu também quero uma lasquinha 
Uma filepa de poder 
Quero olhar nos olhos dela  
E, ternamente, dizer 
Que mais bonita que ela 
Mulher nenhuma há de ser.  

Eu já vi um deputado 
Dizendo no Cariri 
Que Dilma é linda e charmosa, 
Igual não existe aqui, 
E é capaz de ser mais bela 
Que Angelina Jolie.  

Dilma pisa devagar 
Com seu jeito angelical, 
Nunca deu grito em ninguém 
Nem fez assédio moral 
Ou correu atrás de gente 
Com um pedaço de pau.  

Dilma superpoderosa: 
8 bilhões pra gastar 
Do jeito que ela quiser, 
Da forma que ela mandar, 
Sem contar com o milhão 
Do cofre do Adhemar 

Estou com ela e não abro: 
Viro abridor de cancela, 
Topo matar jararaca, 
Apagar fogo na goela, 
Para no ano vindouro 
Fazer um PAC com ela.


VIBRAÇÃO NA POLÍTICA
Miguezim  de Princesa

I
O ano está se findando:
Brasileiros à exaustão;
Cuecas e meias repletas,
Sem saber da prestação,
E o Congresso parado,
Sem vida, anestesiado,
Carente de vibração.
II
É demais o paradeiro
Quando chega o fim de ano:
Haja recesso sagrado
Em tanto intento profano,
A tara brasiliana
Deita nua em uma cabana
E a rua coberta de pano.
III
Na solidão do Planalto,
Uma nova contemplação:
Quem é bom se chame certo;
Quem conteste tenha razão
E a musa da alegria
Venha declamar poesia
No meio da multidão.
IV
O poder mais democrático
É o Congresso Nacional,
Composto por deputados
(A opinião geral)
E também por senadores,
Vetustos e velhos senhores
Do poder estadual.
V
Pois espalham congressistas
O seu poder garanhão:
A abundância de moças
Se vendendo à prestação,
Dia e noite, noite e dia,
Uma dose de orgia
Amplifica a ilusão.
VI
Minha amiga Jane Mary
Me disse no Sudoeste
Que ela só gosta mesmo
De homens lá do Nordeste,
Pois, na hora da furunfa,
Eles dão muita bufunfa
Porque são cabras da peste.
VII
Enquanto seu senador
Alega que é garanhão
E o deputado do povo
Afirma que é gostosão,
Falando em sentido inverso,
O raio X do Congresso
Mostra outra dimensão.
VIII
Pois não é que o raio X
No mesmo instante filmou,
Na hora que a deputada
Com sua bolsa passou,
Junto a um bolo de dinheiro,
Maço de cigarro e isqueiro,
Um potente vibrador.
IX
Dimensão avantajada,
Porém não descomunal,
Estava bem enrolado
Num enfeite de natal,
Desejando dia feliz,
Dizendo que este é um País
De porte continental.
X
E, pra surpresa de todos,
Um dia antes do recesso,
Na portaria do Senado,
Reformador do Congresso,
Um vetusto senador
Carregava um vibrador
Com a frase “Ordem e Progresso”.


 A ORAÇÃO DA PROPINA


                          Cuíca da Asa Sul

I
Valei-me Nossa Senhora
Do Reino da Pedra Fina,
Tanta meia recheada
Com o níquel da fedentina!
No pisotear da grana,
Reza em coro a ratazana
A Oração da Propina.

II
São Leonardo Imprudente,
Orai até não ter jeito,
Entupa a roupa de notas,
Os pés esquerdo e direito,
E, se não couber na meia,
Peça a Santa Eurides Feia
Pra socar no meio dos peitos.

III
São Benedito Domingos,
Vá chamar Santo Odilon,
Que São Brunelli já foi
Se fartar do que é bom,
Diga a Santa Eurides Brito
Que movimente o cambito
E me empreste o califon.

IV
Me proteja, São Durval,
De tudo quanto é torpeza,
Filme o pântano distrital
(Peixe grande e miudeza),
Tore o podre na raiz:
Desde os tempos de Roriz
Que é grande a safadeza.

V
Santo Benício Tavares,
Que não pode nem andar
Mas tem duas mãos muito ágeis
Para o dinheiro pegar,
Num barco agarrou sem dó
Uma índia caiapó,
Deus me livre de ir lá!

VI
Orai, santos distritais,
rogai pelos penitentes:
São Roriz e São Arruda,
São PO e São Valente,
Tenham piedade do povo.
Viva São Pedro do Ovo,
Que bota o ovo na gente!

VII
Que o Santo Rogério Ulisses,
Lá de São Sebastião,
Fale com São Maciel
Pra me emprestar R$ 1 milhão
Que veio de Santa Cristina,
Uma santa muita fina,
Protetora de ladrão.

VIII
E se eu fosse São Arruda
Não largaria a questão:
Não foi ele quem inventou
Esse tal de mensalão.
Faz tempo que as empresas
Vivem nessa safadeza,
Mantendo a corrupção.

IX
Mensalão já teve em Minas
E no plano federal,
No Rio Grande do Sul
E até no Pantanal.
Mais rasteiro que o chão,
Só faltava o mensalão
Do Governo Distrital.

X
Santo Omézio, São Lamoglia
E Santo Roberto Giffoni,
Que os anjos toquem trombetas
Em mais de mil microfones
E mandem neste Natal
Pra cada lar distrital
Uma festa de panetones!


O passo em falso de Lula

Miguezim de Princesa

I
Disse o mestre João Tranguelo,
No Lago Paranoá,
Que tombar não é cair,
É um jeito que o corpo dá.
O passo em falso de Lula
É o mesmo lá ou cá.
II
Aconteceu em Paris,
Na terra de Sarkozy,
Onde se passa uma semana
Sem enxaguar o saci.
O escorrego de Lula
Eu também já vi aqui.

III
Apesar de popular,
De ter votos de montão,
Luiz Inácio da Silva
É o rei do escorregão.
Nos amigos que escorregam
Costuma passar a mão.


IV
A primeira escorregada
Começou com um espião
Que filmou um tal Marinho
Na grana metendo a mão.
Em vez de pegarem Jefferson,
Pipocaram o Mensalão.

V
Lula escorregou bonito,
Sem nem enfrentar dilema,
Ao atender Zé Dirceu
Enrolado num esquema
E exonerar Cristovam
Com um só telefonema.

VI
No continente africano,
Divagando na quimera,
Quando chegou na Namíbia
Não encontrou nenhuma fera,
Disse nem parecer África
De tão limpinha que era.


VII
Botou Mangabeira Unger
Para planejar ação.
Com sotaque carregado,
Vindo de outro torrão,
Tinha planejado o saque
Das riquezas da Nação.

VIII
Mas Protoge descobriu,
De Grandis lhe deu razão,
Mangabeira se picou,
Pediu exoneração.
Deve estar homiziado
Pra lá do Afeganistão.

IX
Outro escorrego de Lula
Já tá dando resultado:
Botou o PT no bolso
Na sujeira do Senado
E os senadores petistas
Estão de bico calado.

 
 
X
Para não escorregar
Tropeçar, cair no chão,
Depois de tomar umas quatro
Misturadas com limão,
Lula não vai sair mais
De dentro do avião.
NO BIGODE DA NAÇÃO

Miguezim de Princesa


I
Presidente Zé Sarney,
Queira ao menos me explicar
Se tudo o que o senhor faz
Há como fundamentar:
Se é coisa consciente
Ou, se o assunto é parente,
Costuma se abilolar?
II
Pois um homem experiente,
Que nunca perdeu uma meta,
Que apoiou a ditadura
E a renegou na indireta
Ao se eleger com Tancredo,
Vai se lascar no segredo
Do namorado da neta!
III
Vai se perder na hospedagem
Do cabra lá de Codó
(Vereador muambeiro,
Babão de uma conversa só,
Exímio catimbozeiro,
Pomba-gira de terreiro,
Amarrador de cipó)?
IV
Como dizia Platão,
Tu és do primeiro time,
Rei, príncipe, seja o que for,
Comandante do regime,
Pra cujas falhas a pena
Não passa de cantilena,
Não existe nem redime.
V
Quem sabe, não foi por isso,
Engolfado nos milhões,
Que pra ti virou besteira
O destino dos tostões
Desviados de Brasília,
Que são troco da família
De assinalados barões.
VI
E aí o presidente,
A nossa máxima excelência,
Hierarquizou o crime,
Nos pedindo paciência:
Simples mortais, a prisão;
Quem representa cifrão
Tem inteira complacência!
VII
O Brasil do Bolsa-Fome,
Que vive na precisão,
De milhões que nunca viram
A luz da educação,
Suporta agora quieto
Seiscentos atos secretos
No bigode da Nação.
VIII
Atire a primeira pedra,
Senador ou deputado,
E eu de cá escutando
A coruja no telhado
Ou algum bicho agoureiro
Campanado no poleiro
Esperando o resultado.
IX
A campanha dos jornais
Escolheu José Sarney:
Ele é a bola da vez
(Da minha lista eu rifei),
Mas eu conheço mais gente,
Supostamente decente,
Em quem não apostarei.
X
E para finalizar,
Peço a Sarney atenção:
Beiço não é arroz doce,
Polenta não é pirão;
Jumenta nunca foi égua;
Compasso nunca foi régua;
Brasil não é sua mansão!
 TODOS OS TEXTO AQUI  FORAM  Publicado no Recanto das Letras 




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