Vida
Nascido em 16/10/1936 na Ucrânia, manifestou seu impulso assassino de forma tardia, com 42 anos, após já ter esposa e filhos, tendo confessado 55 assassinatos.
Com diploma universitário em artes liberais, literatura russa, engenharia e marxismo-lenismo, era um “membro leal” do partido comunista, e um cidadão acima de qualquer suspeita.
Sua família sofreu muito com a coletivização forçada por Joseph Stálin na década de 1930, enfrentando a pobreza e a fome. Seu pai fora soldado russo feito prisioneiro na 2° guerra mundial, fazendo com que sua mãe o criasse sozinha.
Acreditava fielmente no relato que sua mãe contara, de que seu irmão mais velho, Stephan, havia sido raptado e canibalizado por aldeões vizinhos na época da grande fome de 1930, porém não há prova de que Stephan Chikatilo tenha sequer existido.
Em sua adolescência sofria de distúrbio sexual que o deixava periodicamente impotente, assim como uma miopia muito forte, que alimentava sua fantasia de que havia sido cegado e castrado ao nascer. Apesar de ser alvo de piadas na escola por seu jeito peculiar e afeminado, durante a adolescência se tornou um rapaz alto, forte e muito inteligente, apesar de se manter sempre isolado.
Desde o inicio de sua carreira como professor era ridicularizado pelos alunos e colegas de profissão por sua falta de controle com a classe e postura torta que o fazia parecer estranho.
Em 1963 Chikatilo se casa, tendo dois filhos: Lyudmilla e Yuri. Em 1973, após a morte de sua mãe, Andrei se torna um voyeur em banheiros e dormitórios, depois, armado com uma faca passa a molestar crianças, chegando a tentar atacar um aluno em um dormitório.
Ritual
O “Monstro de Rostov” atraía suas vítimas para áreas isoladas onde houvesse bosques, passando então a se comportar de modo violento, ou como ele mesmo descreveria um “lobo enlouquecido”.
Começava amarrando suas vítimas, golpeando-as e as prendendo contra o chão para então arrancar suas línguas com mordidas a fim de que não pudessem gritar, logo depois as violava e iniciava a mutilação pelos olhos, para então desmembrá-las enquanto ainda estavam vivas com cerca de 40 a 50 feridas profundas, arrancando nariz, dedos, mamilos e testículos, fervendo e comendo os testículos e os mamilos.
Algumas vezes arrancava os órgãos sexuais de suas vítimas com a própria boca, em outras enchia a barriga das vítimas com terra e as destrinchava.
Chikatilo agia com tanta brutalidade mutilando suas vítimas de modo tão intenso que quando as autoridades descobriram o corpo de uma jovem em um trigal, acreditaram que ela havia caído embaixo de uma maquina agrícola. Em outros casos a policia encontrava corpos que julgavam serem de meninss, e após o exame dos corpos, descobria serem na verdade meninos.
Vítimas
Em 22/12/1978 faz sua 1° vítima, a menina Lena Zakotnova de 9 anos na cidade de Shakhty. O corpo da menina que havia sido sexualmente atacada, estrangulada e apunhalada várias vezes foi retirado do rio Grushevka, próximo ao rio havia um casebre com degraus sujos de sangue, após a descoberta de que o barraco pertencia a André Chikatilo, este foi chamado para depor, sendo logo liberado após ter seu álibi confirmado pela esposa. Alexander Kravchencko de 25 anos, um criminoso que estava em condicional por estupro e assassinato de uma garota foi considerado culpado e fuzilado em julho de 1983, mesmo não combinando em nada com o perfil do assassino dado por Svetlana Gurenkova, testemunha que alegou ter visto a menina com um homem de cerca de 40 anos e óculos de grau forte que lhe oferecia balas em um ponto de ônibus.
Em 1981 Chikatilo é demitido da escola em que trabalhava, tornando-se gerente de suprimentos de uma fábrica, passando a fazer viagens constantes, facilitando assim a escolha de suas vítimas.
Seu segundo assassinato foi o de Larisa Tkachenko de 17 anos, que após aceitar ir a um bosque fazer sexo com ele, mas rir de seu péssimo desempenho foi estrangulada, Chikatilo roeu sua garganta, braços e seios, sorvendo um de seus mamilos após cortá-los, terminando por empalá-la.
Lyuba Byriuk de 12 anos seria sua 3° vítima em 12/06/1982, seu corpo só seria encontrado um ano depois em uma floresta com cerca de 40 facadas e ferimentos que incluíam mutilação nos olhos.
Em 1983 o “Estripador de Rostov” faria mais 3 vítimas, estendendo com Oleg Podzhidaev de 9 anos, suas vítimas á garotos, segundo o assassino, Oleg teria sido castrado, porém seu corpo jamais foi encontrado.
Em 1984 já haviam sido encontrados 10 vítimas de ambos os sexos, neste anos Chikatilo faria mais 10 vítimas, sendo 8 apenas em agosto.
Em dezembro de 1984 Andrei arrumaria emprego em uma fábrica de locomotivas, serviço que também incluía diversas viagens.
O “Monstro de Rostov” só voltaria a atacar em agosto de 1985, convencendo uma jovem de 18 anos, com problemas mentais a segui-lo ate uma mata perto da linha do trem, matando-a com 38 facadas. Neste mesmo mês escontraria outra jovem que não tinha onde dormir em uma estação de ônibus em Shakhty, oferecendo abrigo em troca de favores sexuais, porém após a garota rir de seu desempenho horrível, ele resolveria matá-la.
Durante o ano de 1986, com a intensificação das investigações, Chikatilo decide parar por um tempo, voltando apenas em 1987, com um menino de 13 anos. Em julho do mesmo ano o assassino atacaria novamente, e de forma tão brutal, que sua faca seria encontrada quebrada na cena do crime.
Em abril de 1988 Chikatilo mataria uma mulher de 30 anos em Krasny Sulin, na cena do crime foi encontrada uma pegada do assassino, tamanho 45.
Durante 1989, mais 8 vítimas seriam mortas, entre ela Tatyana Ryshova que foi assassinada no apartamento vazio da filha de Chikatilo tendo seus restos mortais posteriormente levados a um local de despejo seguro, ela seria esfaqueada, estuprada decapitada e teria suas pernas amputadas para que o assassino conseguisse remove-la com maior facilidade.
Yelena Verga de 9 anos seria esfaqueada e teria seu útero e parte de seu rosto arrancado antes que Chikatilo de dirigi-se ao aniversário de seu pai.
Um garoto de 10 anos seria sua ultima vítima de 1989 sendo morto a facadas e enterrado por Andrei no cemitério de Rostov.
Entre janeiro e novembro de 1990 Chikatilo matou mais nove pessoas, sendo em sua maioria meninos, algumas das vítimas deste não seriam: Vadim Tishchenko, Svetlana Korostik e Alyosha Voronka .
Investigação
Por causa dor invernos muito agressivos os corpos permaneciam muito tempo embaixo da neve, atrapalhando os trabalhos da policia, mas também ajudando na preservação dos corpos.
Apenas em 1984 a polícia, a partir do grupo de investigação do major Mikhail Fetisov, chegou à conclusão de que existia um serial killer agindo. Foi então que se organizou um esquadrão de investigação liderado por Victor Burakov na cidade de Shakhty, Rostov, onde a maioria dos crimes havia ocorrido.
Iniciou-se uma pesquisa em arquivos de hospitais psiquiátricos e nos arquivos da polícia. Sem pistas, fora recolhidas amostras de sangue de pessoas suspeitas de crimes semelhantes, pois o sêmen retirado de algumas das vítimas revelava que o assassino tinha sangue tipo AB, Chikatilo estava entre essas pessoas, porém sua amostra revelaria que seu sangue era tipo A, se a polícia tivesse colhido também amostras de saliva e sêmen teria descoberto que seu tipo sanguíneo na verdade era AB e não A.
Em 1984 ainda sem pistas, resolveu-se aumentar a vigilância nas estações de ônibus, trens e bondes com maior atenção na estação de ônibus de Rostov. No primeiro dia Alecsander Zanosovsky, responsável pela estação, notou um homem de meia idade que usava óculos de grau e olhava insistentemente meninas jovens, ao se aproximar do homem que parecia muito nervoso descobriu que ele estava em uma vigem de negócios e que era empregado do serviço secreto russo. Alguns dias depois Alecsandr e seu parceiro encontrariam Chikatilo novamente, seguindo-o por algumas horas enquanto o senhor tentava conversar com várias mulheres, quando uma delas se aborreceu e começou a gritar os policiais intervieram pedindo os documentos do homem, Andrei começou a suar muito, quando os policias investigaram suas coisas encontraram uma corda, vaselina e uma faca podendo então levá-lo sob custódia para averiguações por 15 dias que acabaria por dar abertura para que Chikatilo ficasse detido por vários meses, porém sem mais informações, o assassino ficaria preso apenas por roubo durante três meses, voltando para as ruas ainda em 1984, quando os crimes estavam ocorrendo já há 12 anos.
Demoraria mais 6 anos para a polícia voltar a Chikatilo, pois apenas em 1990 durante a investigação do assassinato de um garoto um atendente da estação de Shakhty reconheceu a foto do garoto, contando que ele havia comprado passagem acompanhado de senhor alto, bem vestido e grisalho que usava óculos de grau, segundo a filha do atendente que daria uma descrição detalhada do homem, ele era freqüentador constante de trens.
Dentre os registros da polícia havia um que chamou a atenção de Issa Kostoyev, era o do sargento Igor Ribakov que havia visto um homem que suava muito notando que ele tinha manchas de sangue no rosto e na orelha, assim como curativos no dedo de uma das mãos, curioso Kostoyev resolveu checar os registros de Chicatilo, decidindo montar um esquema de vigilância sobre ele.
Perfil
Alecsandr Bukhanovsky, responsável por montar um perfil do assassino pela primeira vez próximo a 1984 declararia que:
· O assassino tinha cerca de 1,67m, estando entre 25 e 50 anos.
· Calçava sapato número 41 ou superior
· Possuía tipo sanguíneo comum
· Sofria de dores de cabeça e distúrbios sexuais, mas não era retardado ou esquizofrênico.
· Agia sozinho, planejando os crimes antes de realizá-los
· Provavelmente havia sido vítima de abuso sexual
· Era sádico, e se sentia deprimido quando não matava.
Após 1985, com mais informações sobre os crimes Bukhanovsky pôde montar um perfil mais detalhado que descrevia o assassino como:
· Alguém que tinha controle sobre suas ações e que era narcisista e arrogante.
· Era heterossexual e necrófilo, estando entre os 45 a 50 anos de idade
· Atingia primeiro a cabeça das vítimas para evitar reações, atacando posteriormente com facadas
· Masturbava-se durante s crimes
· Cegava suas vítimas para impedir que sua imagem ficasse em seus olhos.
· Emasculava os meninos para feminilizá-los e ao fazer isso com as meninas demonstrava poder sobre elas
· Ingeria ou guardava os órgão sexuais
· Parava quando corria risco de ser pego.
Prisão
Foi no dia 10 de novembro de 1990 que ao sair para comprar cerveja Andrei Romanovich Chikatilo foi surpreendido por 3 policiais, sendo preso para averiguações, ao verificarem a pasta que carregava novamente uma corda, vaselina e uma faca afiada. Com uma busca mais detalhada em seu apartamento foram encontradas mais 23 facas, uma machado e um par de sapato que combinava com a pegada encontrada ao lado do corpo de uma das vítimas.
Para fazer o “monstro de Rostov” confessar Issa Kostoyev precisou da ajuda de Alecsandr que usou seu conhecimento no perfil do assassino, para mostrar que o entendia perfeitamente.
Durante do interrogatório de 8 dias, Andrei Chikatilo confessaria o assassinato de 14 meninas, 21 meninos e 18 mulheres e adolescentes do sexo feminino, 28 a mais que os 36 conhecidos pela polícia, detalhando datas, locais, roupas que as vítimas usavam, seu método, chegando a levar os policiais a corpos ainda não descobertos. O acusado reconstituiu seus crimes usando um boneco com o qual mostrou como atacava, amarrava, esfaqueava, abusava, mutilava e matava.
Em 1992 Chikatilo foi enviado a Moscou para uma avaliação neurológica e psiquiátrica onde apesar de ser declarado que ele era mentalmente são e apto para o julgamento, foi descoberto que ele tinha danos cerebrais importantes que danificavam seu controle da ejaculação e bexiga.
O julgamento do “açogueiro de Rostov” começou em 14 de abril de 1992, mantido em uma jaula de metal Chikatilo descreveu-se como uma “alma atormentada e enlouquecida por sua impotência sexual” contando em detalhes sobre os assassinatos e seu comportamento psicótico.
Em 15 de outubro de 1992 o julgamento terminou com uma sentença que declarava o “monstro de Rostov” culpado de 52 homicidios e condenado a morte, sua apelação por indulgência em 15 de fevereiro de 1994 foi rejeitado pelo então presidente Boris Yeltsin, no mesmo dia Andrei Romanovich Chikatilo foi executado com um tiro na nuca.
Alexander Kravchenko teve perdão póstumo pelo assassinato de Lena Zakotnova.
Sobre sua sentença Chikatilo declararia: “Quero que meu cérebro seja desmontado pedaço por pedaço e examinado de maneira que não haja outros como eu.”. A prisão de Chikatilo demorou tanto, além de outras coisas, pelo fato de a censura estadual proibir a policia de transmitir a existência de um Serial Killer. Os filmes cidadão X e Evilenko foram baseados nos filmes de Chikatilo.
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