quarta-feira, 16 de março de 2011

Dependentes de heroína. A degradação do ser humano


  • A degradação do ser humano

A heroína ou diacetilmorfina é uma droga opióide natural ou sintética, produzida e derivada do ópio, extraído da cápsula (fruto) de algumas espécies de papoila. O consumo de heroína faz mal e causa dependência.

História

O nome Heroína foi o nome comercial com que foi registrada pela farmacêutica alemã Bayer (da palavra alemã "heroisch" heróico, uma referência à sua estimulação e analgesia). Foi usada enquanto fármaco de 1898 até 1910, ironicamente (uma vez que é muito mais viciante) como substituto não causador de dependência para a morfina e antitússico para crianças. O seu nome comercial foi cedido pela Alemanha aos Aliados em 1918 como reparação devido à primeira guerra mundial.
A heroína foi proibida nos países ocidentais no início do século XX devido aos comportamentos violentos que estimulava nos seus consumidores.



Administração

A injecção é preferida no abuso recreativo, devido ao efeito de prazer súbito intenso (denominado "orgasmo abdominal"). A inalação tem vindo a ganhar terreno, numa modalidade denominada "chasing the dragon", com origens orientais, onde a disponibilidade de seringas e agulhas é menor.

Também pode ser ingerida, absorvida pela pele ou fumada. O consumo com cocaína ("speedballs" ou "moonrocks") tem vindo a generalizar-se.

A heroína é mais lipofílica do que os outros opióides, e que leva à sua absorção muito mais rápida para o cérebro. A rapidez de efeito é importante para os toxicodependentes, porque proporciona maiores concentrações inicialmente, traduzindo-se em prazer intenso após a injecção ("chuto"). No cérebro ela é imediatamente convertida em morfina por enzimas celulares.

Metabolizada no figado. Ultrapassa a barreira hemato-encefálica e a placenta: os filhos de consumidoras apresentam mal formações aumentadas e profunda dependência.
A heroína é permitida em alguns países (no Reino Unido por exemplo), sob apertada vigilância, como analgésico de uso hospitalar. Para os demais usos é proibida.





Efeitos imediatos

Euforia e disforia: São necessárias maiores doses do que antes para causar analgesia. Consiste num sentimento de estar no paraíso. A euforia após um período de tempo de aproximadamente 10 minutos, é substituída pela disforia, um estado de ansiedade desagradável e mal-estar. A euforia produzida pela droga transforma-se em depressão e ansiedade após passarem os efeitos.
Analgesia (perda da sensação de dor física e emocional): pode levar à inflicção de ferimentos no heroinómano sem que este se dê conta e se afaste do agente agressor, pode levar a um infarto do miocárdio.
Sonolência, embotamento mental sem amnésia
Disfunção sexual em altos graus
Sensação de tranquilidade e de diminuição do sentimento de desconfiança.
Maior autoconfiança e indiferença aos outros: comportamentos agressivos.
Miose: contracção da pupila. Ao contrário da grande maioria das outras drogas de abuso, como cocaína e anfetaminas (metanfetamina e ecstasy) que produzem midríase (dilatação da pupila). É uma característica importante na distinção clínica da overdose de heroína daquelas produzidas por outras drogas
Obstipação ("prisão de ventre") e vómitos. Só são sentidos na primeira semana de consumo continuado, depois o corpo habitua-se e torna-se adicto.
Depressão do centro neuronal respiratório. É a principal causa de morte por overdose.
Supressão do reflexo da tosse: devido à depressão do centro neuronal cerebral da tosse.
Náuseas e vómitos: podem ocorrer se for activado os centros quimiorreceptores do cérebro.
Espasmos nas vias biliares.
Hipotensão, prurido.
Os seus efeitos, quando fumada, são sentidos quase imediatamente (cerca de 3 a 8 segundos)
Perda do controle humorístico, ou seja, o famoso humor bipolar. Ao ser usada, a droga pode acarretar a mudança de humor bipolar, em um momento o usuário está irritado, um pequeno período de tempo depois, ele se torna muito brincalhão por exemplo.



Esta é Rachel, uma linda universitária inglesa no auge da sua juventude, com seus 21 anos de idade. Um dia, seus pais ao entrarem em seu quarto, a encontrarm assim. Mas infelizmente, neste momento, Rachel já estava morta. Ela morreu de overdose de heroína em seu quarto em maio de 2000.


Efeitos a longo prazo e potencial da dependência

Tendência para aumentar a quantidade de heroína auto-administrada, com o fim de conseguir os mesmos efeitos que antes eram conseguidos com doses menores, o que conduz a uma manifesta dependência. Passadas várias horas da última dose, o viciado necessita de uma nova dose para evitar a síndrome de abstinência provocada pela falta dela. Desenvolve tolerância em relação aos efeitos de euforia, de depressão respiratória, analgesia, sedação, vómitos e alterações hormonais. Não há desenvolvimento para a miose nem para a obstipação. Estes efeitos, junto com a diminuição da libido, a insónia e a transpiração, são os sintomas dos consumidores crónicos. Há alguma imunossupressão com maior risco de infecções, principalmente aquelas introduzidas pelas agulhas partilhadas (SIDA/AIDS, Hepatite B) ou por bactérias através da pele quebrada pela agulha. A síndrome de privação pode levar à cegueira, dores, epilepsia, enfarte do miocárdio ou AVCs potencialmente fatais. A longo prazo leva sempre a lesões cerebrais extensas, claramente visíveis macroscópica e microscopicamente em autópsia.

Bastam apenas 3 dias de consumo continuado desta substância para que, na sua ausência, se comecem a sentir os efeitos da ressaca, que quer dizer que o organismo em 3 dias apenas se habitua de tal forma à presença desta substância que quando se deixa de a administrar o organismo entra num estado de desequilíbrio tal, que o indivíduo vê-se obrigado a procurar de forma frenética satisfazer os pedidos do seu organismo, aumentando sempre a dose consumida. A ressaca traduz-se em primeiro lugar por corrimento lacrimal e nasal, seguida de má disposição a nível estomacal e intestinal, suores frios e afrontamentos, dores de rins lancinantes, e na fase final de ausência de consumo, espasmos musculares e câimbras generalizadas.
Existe tolerância cruzada entre todos os agonistas opióides, facto que se aproveita para os tratamentos de desintoxicação e desabituação.

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