]Um simples "não" dito por uma paquistanesa pode lhe custar agressões físicas, tais como queimaduras com ácido ou até mesmo a morte. Os abusos são praticados por maridos, pretendentes rejeitados ou familiares.
As razões para os crimes são diversas. Garotas são queimadas por dar à luz bebês mortos ou por não ter "produzido" meninos. Outras por rejeitar pretendentes ou por disputas familiares. E algumas são queimadas pelo simples fato de nascerem mulher.
Atualmente, existem apenas cinco centros de tratamento de queimados em hospitais do Paquistão. Muitas mulheres que sobrevivem às queimaduras com ácido morrem por conta das infecções.
Das vítimas de queimaduras no país, 74% morrem porque os hospitais locais não têm equipamentos adequados para tratá-las. Muitos abrigos para vítimas de outras formas de violência doméstica não permitem a entrada de mulheres com queimaduras por medo de infecção.
Menos de 4% dos homens que cometem esse tipo de crime são julgados e condenados. Os homens geralmente ganham o benefício da dúvida nas cortes paquistanesas e a polícia reluta em interferir nos casos de violência doméstica, vistos como assunto de família.
Em algumas regiões paquistanesas, principalmente nas zonas rurais, onde a maioria dos crimes acontece, as mulheres são consideradas e tratadas como cidadãs de segunda classe.
O acesso à educação é limitado e as oportunidades de trabalho são escassas fora das cidades. Afinal, espera-se que as mulheres fiquem em casa para cuidar da família enquanto o homem trabalha.
As mulheres paquistanesas são discriminadas por preconceitos instalados nos próprios sistemas de Justiça. Exemplo disso são as Ordens de Hudood, um conjunto de leis baseadas numa interpretação muito particular da shariah (direito muçulmano) que foi promulgado em 1979 pelo então presidente Muhammad Zia ul-Haq.
Segundo essas leis, mulheres vítimas de estupro podem ser processadas por adultério, caso não haja quatro homens para testemunhar o crime de que foram vítimas. A punição máxima para mulheres acusadas de "crimes" como esse é a morte por apedrejamento.
É impressionante ver como em pleno século XXI ainda nos deparamos com pessoas com este pensamento. É triste ver como em alguns países do mundo as mulheres ainda são tratadas como animais que devem obedecer sempre os "seus senhores". Lastimável...
Autora: Sâmara Danielly
0 comentários:
Postar um comentário