1) Avatar – não há como ignorar a grande estreia do ano. A contribuição que James Cameron deu ao cinema é inestimável. Uniu aventura, romance, guerra, ambientalismo e (claro!) tecnologia de ponta, para realizar esta maravilha. Se for para esperar mais doze anos por outra revolução vinda dele, espero feliz! Já vi, revi e quero ver mais algumas vezes.
2) A Partida (Okuribito) – que coisa linda este filme japonês. Ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com todos os méritos. Bela lições de vida, um primor de fotografia e uma trilha sonora emocionante.
3) Distrito 9 (District 9) – filmaço de estreia de Neil Blomkamp, pupilo de Peter Jackson. Mistura de mockumentary com ficção e efeitos visuais incríveis, aliados a uma história com conteúdo (para quem quis entender o filme assim).
4) Há Tanto Tempo que Te Amo (Il Y a Longtemps que Je t'aime) – drama francês de roteiro forte. A melhor interpretação de Kristin Scott Thomas no cinema. Para assistir e repensar a vida por um bom tempo.
5) Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds) – Tarantino é um sujeito bonachão. Faz o que quer, rouba conceitos discaradamente e os reinventa com a maior propriedade. Virar a história de ponta-cabeça do jeito que ele fez com este filme, não é para qualquer um. De quebra, ainda trouxe o melhor vilão de 2009, mérito de Christoph Waltz.
6) Arrasta-me para o Inferno (Drag Me to Hell) – volta triunfal de Sam Raimi ao gênero que o consagrou. O melhor terror do ano. Diversão de primeira, mas só para corajosos. Quem tem medo, beba leite e fique em casa, para não correr o risco de ficar noites sem dormir.
7) Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei – documentário espetacular e urgente sobre um dos maiores artistas que o país já teve e que injustamente caiu no ostracismo durante décadas. Nunca um documentário fez tanto por um artista (vide a quantidade de homenagens que Simonal recebeu no decorrer do ano). Parte obrigatória de qualquer coleção.
8) À Deriva – Heitor Dhalia provou (mais uma vez) que veio para ficar. Representou o Brasil em Cannes com esta preciosidade. Delicado e fotograficamente impecável.
9) O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Stripped Pyjamas) – retrato impressionante da incompreensão humana. Um tapa de luva de pelica em quem pratica tanta maldade sem se colocar no lugar do próximo. Doloroso, mas necessário.
10) Anticristo (Antichrist) – vai ter gente querendo me crucificar por esta posição, mas não tem jeito. Eu acho Lars von Trier um dos grandes diretores da atualidade e não foi dessa vez que ele me decepcionou. Fez este terror-obra-de-arte brilhante, com um dos mergulhos mais intensos na depressão que o cinema já viu. Mesmo que, para isso, precisasse chocar. Atuação estupenda de Charlotte Gainsbourg e bela fotografia de Anthony Dod Mantle.
11) Tokyo! - uma das melhores obras surrealistas que já vi e com certeza, a melhor compilação de curtas. Deliciei-me assistindo às viagens criativas de Michel Gondry, Leon Carax e Bong Joon-Ho. 12) Star Trek – eu nem sou fã da série, mas JJ Abrams conseguiu fazer um reinício da saga impecável. Uma das apostas mais arriscadas do ano, mas que felizmente, deu muito certo.
14) O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married) – Jonnathan Demme (O Silêncio dos Inocentes) optou por fazer um filme de baixo orçamento, com muita câmera na mão e aspecto caseiro. Adentrou nas veias podres de uma família às vésperas do casamento de um dos seus membros. E ainda tinha Anne Hathaway, numa das melhore interpretações deste ano.
15) Quem Quer Ser um Milionário (Slumdog Millionaire) – mais um filme independente que se deu bem. Danny Boyle fez um filme dinâmico e “para cima”. Se mereceu os mais de 100 prêmios que ganhou mundo afora, não sei. Mas que vou querê-lo na minha coleção, não tenho dúvidas.
16) O Lutador (The Wrestler) – mais um grande filme de Darren Aronofsky, que ainda não soube o que é fazer filme ruim. Interpretação visceral de Mickey Rourke. Um final arrepiante.
17) O Leitor (The Reader) – este filme não seria tão bom se não fosse pelo talento de Kate Winslet. Eu poderia jurar que ela era uma alemã nata. Uma história que mostra que não há limites para o amor.
18) Palavra (En)cantada – documentário sobre a língua portuguesa e a utilização poética que a música faz dela. Uma deleite para os olhos e ouvidos. 19) À Procura de Eric (Looking For Eric) – delírios hilários advindos da parceria do diretor Ken Loach com o roteirista Paul Laverty (roteiro mais original deste ano).
20) Deixe Ela Entrar (Let the Right One In) – excelente mistura de terror e drama, este filme sueco tem uma fotografia impecável e uma grande história de amor. Lindo.
Menções (muito) honrosas: Gran Torino; Vigaristas; Lóki – Arnaldo Baptista; Foi Apenas Um Sonho; (500) Dias com Ela; Garapa; e Se Beber, Não Case.
Os melhores filmes que poucos viram em 2009
Assisti muitos filmes excelentes este ano (em festivais e mostras), mas que ainda não estrearam nos cinemas brasileiros. Não posso deixar de citá-los, pois foram responsáveis por momentos marcantes na sala escura. Ficam as dicas para que vocês os assistam, em 2010:
1) Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo – se estivesse na lista oficial, o novo filme de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes ocuparia a segunda posição. Nunca emocionei-me tanto com um filme experimental. Uma prova de amor ao cinema.
2) El Último Verano de la Boyita – a descoberta da sexualidade, mostrada com delicadeza e muito respeito.
3) O Homem que Engarrafava Nuvens – documentário sobre Humberto Teixeira, um dos pioneiros do baião. Teve sessão aplaudida de pé no FIC Brasília. Estreia em 15 de janeiro.
4) Hunger – excelente filme sobre um dos mais violentos motins contra os maus tratos, no presídio de Maze, na Irlanda do Norte, em 1981.
5) La Nana – o melhor filme sobre a realação empregado-patrão que já vi. Já está indicado ao Globo de Ouro e tem chances de ganhar. Viva o México!
7) Os Famosos e os Duendes da Morte – grande estreia de Esmir Filho (do vídeo-hit Tapa na Pantera), vencedor do Festival do Rio.
8) Dear Zachary – documentário independente sobre um sujeito que quis (re)construir a memória do amigo morto, para mostrar ao filho dele (o amigo), quando crescesse. Para assistir com uma caixa de lenços no colo e revoltar-se com a crueldade que uma pessoa pode ter.
9) À Procura de Elly – thriller iraniano de arrepiar. Uma aula de narrativa cinematográfica. Estreia já nesta sexta-feira, dia 01 de janeiro.
10) Tulpan – belíssimo filme do Cazaquistão, que infelizmente não chegou no Brasil até hoje (ele é de 2008). Quem sabe no ano que vem?
11) Filhos de João – documentário de baixíssimo orçamento sobre os Novos Baianos, cuja história é invejável. Uma filosofia de vida incrível, que deu certo por muitos anos. Fora a trilha sonora, com músicas memoráveis.
via fredburle
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